Recém-empossados, alguns administradores já pediram o aumento no número de comissionados
Até que as negociações pelas administrações regionais sejam resolvidas, interinos e permanentes poderão indicar pelo menos 2 mil comissionados. Existem pelo menos seis localidades que ainda dependem dos arranjos políticos para que os administradores sejam definidos. Cidades com mais cargos despertam maior cobiça.
E existem administrações onde a quantidade de vagas é considerada insuficiente. Recém-empossados, alguns administradores já pediram o aumento no número de cargos, mesmo com diminuição na remuneração de parte deles. Mesmo assim, os pedidos têm sido negados, já que as estruturas já estão definidas.
O governo já trabalha com a possibilidade de que as eleições diretas para administrador regional demorem pelo menos dois anos para serem discutidas e regulamentadas.
Mesmo administrações que serão extintas ou fundidas com outros locais terão sua cota de comissionados. É o caso de Varjão, Itapoã, SIA e Jardim Botânico. Ainda assim, até que o projeto de mudança na estrutura administrativa seja aprovado pela Câmara Legislativa, essas cidades terão pessoal próprio.
O Diário Oficial de quarta-feira dividiu as administrações em três grupos, de acordo com o tamanho e número de habitantes. Nesse caso, a cidade pode ter entre 60 e 80 comissionados. O grupo I, mais cobiçado entre os parlamentares que disputam as indicações, terá Plano Piloto, Ceilândia, Planaltina e Samambaia. Cada uma delas poderá contar com o número máximo de cargos. Nesses locais, foram indicados Igor Torkarski, do PSB, o vice-governador Renato Santana (PSD), Dinalva Cantallopes e Claudeci Miranda, na cota do PRB. Apenas o último deles foi escolhido para o cargo em definitivo.
Pode ser um elo
Existem casos onde o nome indicado pode representar um elo entre o governo e um futuro apoiador. É o que ocorre em Planaltina, onde a administradora, Dinalva Cantallopes, trabalhou na campanha do deputado distrital Rogério Negreiros (PMDB), oficialmente ainda fora da base. O distrital garante que não participou de negociações. “A princípio não pretendo indicar ninguém, mas estou aberto a conversar com o governo, mas sem utilizar o nome do partido”, resumiu. Dinalva Cantallopes não atendeu aos telefonemas.
Secretário pede um pouco mais de cautela
O secretário de Relações Institucionais, Marcos Dantas, é um dos responsáveis pelas negociações. Ele minimiza as disputas e as classifica como normais. “Quando se tem espaços importantes sempre há descontentamentos. O importante é que esses gestores consigam realizar o que é preciso nas cidades, deem resultados para suas comunidades”, disse.